Lá vamos nós, ou melhor lá vou eu, mais uma vez depositar meus sentimentos em um texto, e lá vai você conhecer um pedaço meu que só consegue ser exposto através das palavras escritas, pois se eu precisasse dizer em voz alta, choraria a ponto de não ser compreendida.
Há mais de dois anos minha mãe vem avisando que se mudaria, desde o início eu fiquei feliz por ela. Feliz por vê-la realizando seus sonhos, de morar no lugar que ela quer, e criar a vida que incontáveis vezes à vi desenhando em blocos de papel. Sim eu vibrei por vê-la planejar, pois a felicidade dela me faz imensamente feliz. Mas recentememente os planos deram lugar a ações. As conversas ficaram dia após dia com mais tom de despedida, como o “quero passar o natal com vocês, porque no próximo não estarei aqui”, passei a receber fotos enviadas por ela, mostrando a mudança sendo encaixotada, ela começou a vir mais do que de costume na minha casa, como se quisesse aproveitar qualquer proximidade antes da distância que breve chegará.
Eu me pergunto se é egoísmo meu, mas não consigo evitar as lágrimas da saudade que já sinto, e até questiono, “porque agora?”. Agora que ela mais do que nunca é a minha base, agora que eu entendo tudo que eu não entendia antes, sobre as coisas que ela passou a vida tentando me fazer entender.
Quero tanto vê-la conquistando tudo que sonha, minha mãe merece o mundo, mas me pego pensando na diferença de tempo para chegar em seu colo nos dias angustiantes, até agora era questão de 15 minutos, de qualquer lugar da cidade que eu estivesse, podia correr para casa dela, me sentar no sofá e sentir a voz dela colocando meu mundo no eixo de novo, muitas vezes sem ao menos precisar contar a ela que ela estava colando meus caquinhos, até aqui pude assistir de perto ela se reeducando em tantas áreas, para conseguir ser uma mãe cada vez melhor com meus irmãos pequenos e com os filhos criados. Até aqui, eu pude segurar as mãos dela nas nossas orações juntas, e pude ver meus filhos encontrando amor no colo que me acalma.
A Nati da adolescência estaria apavorada com tanto drama, afinal para ela não foi nada difícil sair da casa dessa mesma mãe com apenas 16 anos, mas a Nati de 29 tem algo que a de 16 não tinha. Maturidade. tenho tanta história pra contar, e em todas essas histórias ela, a minha mãe, esteve lá. Outro dia eu refletia sobre os papéis dos meus filhos na minha vida, e conclui que eles são o meu Sol (o que é assunto para outro texto), mas a minha mãe, ela é a minha Lua, ela é aquela que faz luz nas noites escuras da minha vida, é a que clareia o caminho para eu não me perder, é aquela que muda de fases, mas está sempre comigo.
Eu amo a minha mãe, mais do que antes? Talvez, ou talvez de um jeito diferente apenas. Eu sempre a amei, mas sempre desejei e esperei receber mais do que dei a ela. Hoje o amor que eu sinto não depende de como ela me trate, eu sinto um carinho semelhante ao que sinto pelos meus filhos, sabendo que posso nem sempre estar satisfeita com as ações deles, eu sempre estarei disponível e disposta a acolhê-los, assim é o meu amor por ela. O respeito que tenho hoje pela visão dela, faz eu me envergonhar das vezes que eu vivi sem pedir suas orientações, a amizade que construímos com o passar do tempo não se compara a nenhuma outra, ter a honra de ser sua confidente, de saber os motivos de suas orações, se tornaram coisas inestimáveis.
Hoje me vejo tão parecida com ela, ou melhor, hoje vejo que sempre fui parecida com ela, e talvez por isso tenha levado tanto tempo para encontrar o caminho até o ponto que estamos hoje.
A fruta não cai longe do pé, e me orgulho em dizer a árvore de que sou fruto, mas o que não dizem nesse ditado popular, é que perto ou longe, uma vez que a fruta cai do pé, não há como costura-la novamente. E as vezes, é só isso que eu queria, voltar a ser um bebê em seu colo.
Vá mãezinha, escreva mais esse capítulo da sua história, certifique-se de que seja exatamente a boa, perfeita e agradável vontade de nosso Deus pra sua vida, seja muito feliz, invista cada dia mais em ti mesma, e me conte todos teus feitos, para mesmo longe continuarmos unidas. Eu te amo dona Mari
– Natália Mello
Aaaaf Natália que coisa linda 😭 teus textos são tão incríveis que dá vontade de sentar e ler umas 10 vezes. Eu compraria um teu livroooooooooo
Dona Mari que filha maravilhosa vc tem ❤️ boa sorte na próxima aventura, que Deus te abençoe e te guarde sempre 🙏🏼
obrigado, por tanto carinho filha!!
eu te amo , não importa a distância,sempre estarei aqui pra tudo,temos muitas histórias pra construirmos,e contar .